segunda-feira, 15 de março de 2010

Tudo começa atendendo o telefone.

É inacreditável perceber como o mundo dá voltas, a quantidade de gente que entrou e saiu da minha vida, as vezes culpa minha, outras nem tanto.

A idéia de para sempre que ficou totalmente desacreditada junto com o final do primeiro namoro, a melhor amiga que eu nem lembro o sobrenome, o ex-namorado gay que virou amigo, amigos que acabaram amizade de anos com comentários infelizes.

Eu fui a menina faladeira que conhecia o colégio inteiro, a adolescente tímida que mal abria a boca, a festeira e namoradeira. Andei toda de preto, com cabelão e lápis no olho, mas também de cabelo curtinho, liso e de salto agulha. Ri de quem usava maquiagem e não saio de casa sem.

Nunca consegui me encaixar em nada, nos meus poucos anos de vida eu mudei de cidade 8 vezes. Na minha vida, nada é permanente.

Nessa história de intinerante, nunca fui boa de manter amizades. Eu gosto do meu canto, de passar um mês sem falar com ninguém, e a maioria das pessoas só se afasta quando vê isso.

As únicas pessoas que eu contei cegamente estão na minha família. A minha melhor amiga é a minha irmã. Sem querer ser mal interpretada, eu tenho amigos em todas as cidades que eu morei, ou quase todas. Problema é que eu nunca consegui me entregar de verdade às pessoas que se aproximavam de mim.

Pouquíssimas pessoas sabem quando eu tô mal, suportam chatice e mal humor e a ironia permanente. Poucas pessoas sabem discutir sem se sentir ofendidas. Eu me divirto tanto discutindo quanto eu me divirto mentindo. O que é outra coisa que muita gente não suporta, não que eu minta compulsivamente sobre coisas importantes, mas eu invento histórias e deixo elas rolarem, quando eu vejo que basta, esclareço tudo, mas isso não quer dizer que eu vá deixar de fazer isso por ninguém. As vezes eu acho que é porque eu gosto de drama, acho a vida chata e nem é que eu minta, é como se fosse tudo verdade pra mim e de certa forma é.

Eu adorava comer sozinha, sair da mesa dos meus pais e ir pra televisão, nunca teria feito se eu soubesse que ia me fazer tanta falta. Eu sou a pessoa que, não importa o quão mal uma pessoa faça pra mim, eu perdoo de peito aberto, mas não esqueço tão fácil assim. Não importa o quanto eu goste de alguém, não sinto um pingo de ciúme, não importa se achem que ciúme é demonstração de amor.

Não fazia idéia de quem era, só sabia algumas coisas que eu queria fazer e alguns lugares que eu sonhava em conhecer. Agora é que o conceito de quem eu sou é que está aparecendo e mesmo assim, isso muda o tempo inteiro. Só espero que eu esteja no caminho certo e se não tiver, eu vou andar até achar. Tenho sonhos enormes e outros que não poderiam ser mais simples.

E tô tentando com tudo que eu posso e com tudo que eu tenho conseguir me entregar as pessoas. Tentando torná-las permanentes na minha vida, já que é difícil ficar num lugar só.

Já me contentei com muito pouco, e vivi de sobra dos outros. Agora eu quero tudo, entreguei meu coração na mão de quem nem sabia o que fazer com ele e consegui tê-lo de volta. Deixei de acreditar no pra sempre e deixei ele na geladeira um tempo.

Quando eu botei na mão de uma pessoa que nunca me fez nenhuma promessa, que nunca me deu nenhum título eu percebi o quanto eu estava errada em achar que aquilo era tudo que eu merecia. Eu vi que eu mereço sim o meu pra sempre, sem acreditar em príncipe e fadas madrinhas. Consegui enxergar o que eu queria e o que eu merecia, vi que acreditar em viagens em família, casa de praia e vestido branco não eram nem de longe inatingíveis.

Confiar nas pessoas e deixá-las entrar na minha vida não é lá a tarefa mais fácil do mundo, mas que aos poucos a porta tá se abrindo e os sonhos vão crescendo, assim como a força e a vontade de realizá-los.

É só atender o telefone.

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